quarta-feira, 25 de abril de 2012

A um Burguês

Tu, ventrudo burguês analfabeto,
Escultura rotunda da irrisão
Para quem um viver mais limpo e reto
Consiste em ser avaro e ter balcão.

Tu que resumes todo o teu afeto
No dinheiro - o metal da sedução
Pelo qual negocias, abjeto,
Tua esposa, teu lar, teu coração;

Escuta, ó ignorantaço, o que te digo:
Esse ouro protetor, que é teu amigo,
Que te deu o conforto de um paxá,

Pode comprar qualquer burguês cretino,
Mas a lira de um vate peregrino
Não compra, não comprou, não comprará!

Emygdio de Miranda
O Vate peregrino

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