Sempre que ouço um show gravado ou assisto um DVD de música, fico imaginando que aquele artista que admiro está fazendo um show cuja plateia se compõe de uma pessoa só: eu. E posso controlar qual música quero que ele (ou a banda) cante/toque - dentro do repertório do show, claro, além de ter um bis sem pedir: basta que o controle remoto esteja em minhas mãos. É o poder hipotético do tempo dado a uma pessoa que não tem poder algum. O controle remoto, neste caso, nos transforma no podereoso sedentário. Sentados no sofá, tomando chá e viajando na onda das músicas cantadas no show para uma ego-plateia.
O bacana dos artistas que admiro é que eles não cantam/tocam num só formato. O que mais gosto nisso é poder ouvir um heavy metal e depois uma música com um violão apenas... ou até a mesma música com arranjos diferentes. A diferença e a igualdade são duas faces da mesma moeda, ou da mesma banda, ou do mesmo cantor, quase que literalmente.
Essencialmente nos tempos que vivemos, todos temos que nos desdobrar em vários para conseguir um resultado mais ou menos satisfatório. Tocar um acústico e um heavy metal da mesma canção. O resultado será diferente se o púbico for o mesmo. O resultado será igual (satisfação) se o público for diferente. E, ainda mais, temos que adivinhar/já saber para qual público devemos tocar qual arranjo.
Também nos tempos que vivemos, e só nele, dá para ouvir de tudo no mesmo aparelho. O mesmo artista de várias formas: acústico e heavy metal na mesma face da moeda.
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